Augusto Agostini Tonelli e Letícia da Silva Leite

 

UMA REPRESENTAÇÃO DA GUERRA DO LÍBANO NO FILME “VALSA COM BASHIR”


A Guerra do Líbano (1975-1990), atualmente conhecida como Primeira Guerra do Líbano, esteve ligada a desentendimentos entre diferentes grupos nacionais no Líbano, tais como cristãos e muçulmanos. O desentendimento se fortalece com a criação de acampamentos palestinos no Sul do país, já que os cristãos, que representavam maioria política no país, se manifestaram contra a presença de palestinos em território libanês, apoiando a causa de Israel no Oriente Médio, enquanto os muçulmanos apoiavam a presença de palestinos, sendo, automaticamente, contrários à causa israelense. A situação se expandiu até que as manifestações muçulmanas sofreram repressão do exército libanês, fazendo-se uso de artilharia contra suas cidades.

Neste contexto, buscando obter o apoio israelense, a milícia maronita Falange, uma milícia cristã de extrema direita que lutava contra os muçulmanos nacionalistas e os militantes palestinos libaneses, comete atentados às comunidades palestinas e muçulmanas, buscando, com isso, atrair a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) para o conflito. A estratégia, ao envolver a OLP na Guerra Civil, era levantar a possibilidade de que ela se transformasse em uma das lideranças pós-conflito, o que seria inadmissível a Israel. O objetivo foi alcançado e a OLP se juntou aos combatentes do Movimento Nacional e Israel se aliou às Falanges Libanesas. Vale ressaltar que:

“O Líbano estava claramente dividido em quatro territórios: o leste e o norte estavam sob o controle da Síria; o centro-leste (as Montanhas do Líbano) era controlado pelos ‘cristãos’; o sul era dominado pela OLP cada vez mais contestada pela milícia ‘xiita’, Amal, e pelas FINUL, a força de paz da ONU; e o extremo-sul que passou ao controle de Israel e de sua milícia ELL” (MAALOUF, 2011, p. 259).

Com Israel envolvido no conflito, os EUA pressionam por um cessar-fogo entre o país e a OLP, que é tacitamente aplicado em 24 de junho de 1981. Todavia, Israel continuava a planejar sua investida sobre o Líbano. Em três de junho de 1982, um terrorista palestino tenta assassinar o embaixador israelense Shlomo Argov em Londres, de forma que, Israel encontra o pretexto que procurava para iniciar a invasão. Israel deu início à “Operação Paz para a Galiléia” invadindo o Líbano um dia após o acontecido. Maalouf (2011, p. 268) aponta, embasado por André Gattaz (2003), que a intenção de Israel com essa operação era ceifar a infraestrutura militar da OLP no sul do Líbano, expulsando os mesmos do território, fortalecer os representantes cristãos para a reconstrução do governo central libanês e evitar a iniciação de uma nova guerra pela Síria. As forças armadas israelenses invadiram o Líbano para conter os ataques dos palestinos da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) no sul. No entanto, as coisas se alastram, e, uma invasão que ocupava apenas o sul do país, chegou até a sua capital, Beirute.

Diversos desdobramentos políticos libaneses foram dando espaço para a invasão israelense e para a guerra civil de 1982. O Massacre de Safra em 1980 foi fundamental para que Bashir Gemayel, uma figura muito importante para a Falange, se consolidasse como um grande líder e passasse a ser considerado o homem forte da comunidade cristã, dado que conseguiu unificar as milícias da direita cristã. Compreende-se que: “O objetivo de Gemayel era claro: unir o Líbano e expulsar os sírios e os palestinos. Com este intuito, encetou relações cada vez mais profundas com Israel, especialmente com o ministro da Defesa general Ariel Sharon.” (MAALOUF, 2011, p. 264). Bashir almejava se tornar presidente e cogitava que Israel fizesse o “trabalho sujo” de expulsar os sírios e palestinos do Líbano, e após isso, que saíssem do país. Na tentativa de expulsar a OLP do Líbano, Israel bombardeou Beirute em 10 de agosto de 1982 e conseguiu retirar as tropas da OLP do país em 21 de agosto do mesmo ano, removendo-as para a Tunísia. Bashir consegue se eleger presidente dois dias após a expulsão da OLP com apoio, inclusive, de sunitas e xiitas, pois acreditava-se que ele seria competente e o responsável por concretizar a união nacional.

Ele acabou sendo assassinado em 14 de setembro de 1982, pouco antes de assumir a presidência. A culpa recaiu sobre palestinos terroristas que hipoteticamente estavam escondidos em Beirute, entretanto, não haviam tropas sírias em Beirute desde a saída da OLP em 21 de agosto, havia apenas soldados israelenses controlando as fronteiras que recém cercavam Beirute. Como retaliação, o exército de Israel com o apoio de milícias cristãs invadiu o oeste de Beirute, mais precisamente Sabra e Chatila, dois acampamentos palestinos, e assassinaram mais de 3 mil civis palestinos e libaneses, o que ficou conhecido como o Massacre de Sabra e Chatila, e do qual Ari Folman, protagonista de “Valsa com Bashir”, participou. O objetivo dessa carnificina era amedrontar palestinos para que fugissem do Líbano. Se utilizando das obras de Kapeliouk (1983) e de Schiff e Ya“ari (1986), Maalouf conclui que: “o massacre não foi um ato de vingança, mas sim algo já há muito premeditado” (Maalouf, 2011 p. 274), porém, não cabe a este texto esta discussão.

Intencionamos aqui apresentar como o conflito supracitado foi representado no filme “Valsa com Bashir”, um longa-metragem de produção Israelense, estreado em 2008 e dirigido por Ari Folman, que, segundo Arrais (2012), ganhou repercussão ao abrir a mostra competitiva do festival de Cannes de 2008, ser indicado ao Oscar na mesma categoria e ano, além de ganhar o Globo de Ouro na categoria de melhor filme de língua estrangeira em 2009. O longa foi produzido em formato de documentário animado e pode ser considerado uma obra autobiográfica já que o diretor é o protagonista da trama e narra suas memórias de quando fora soldado e a reconstrução delas a partir de diálogos com colegas que também integraram o exército israelense na Guerra do Líbano.

Sobre o estudo de filmes enquanto fonte de pesquisa, Morettin compreende, a partir da análise de obras de Marc Ferro, que:

“A avaliação acerca da pertinência histórica do documento fílmico é dada pelo saber que já se deteve sobre as fontes escritas e que pode assim aquilatar a qualidade de sua informação. Nesse sentido, subjaz uma ideia de complementaridade entre os diversos tipos de fontes que, não necessariamente excludentes, amalgamam-se, tendo em vista que o fato histórico permanece como o referencial de análise.” (Morettin, 2003, p. 34).

Desta forma, com a leitura prévia de bibliografias sobre a guerra do Líbano, analisamos o filme buscando as formas como a guerra foi apresentada ao longo do enredo. Como já dito, o filme expõe a busca do cineasta Ari Folman para reconstruir suas memórias sobre os fatos que vivenciou como soldado israelense no massacre a Beirute, posto que sua memória suprimiu inconscientemente parte de suas lembranças desse momento de sua vida. Destarte ele vai em busca do relato de outras pessoas que também vivenciaram o conflito, como antigos companheiros de combate, seu comandante durante o massacre, um jornalista que cobriu a guerra e cem soldados selecionados pela produção, para efetivar sua recordação. Por ter sido o momento mais marcante para o protagonista, o filme destaca na guerra do Líbano o massacre a Sabra e Chatila, em Beirute.

O título “Valsa com Bashir” é decorrente da relação que o massacre teve com a morte de Bashir Gemayel, um dos principais comandantes das Falanges. Seu assassinato desencadeou, supostamente por vingança, o massacre de Sabra e Chatila, fazendo com que as milícias invadissem estes dois campos de refugiados e massacrassem a população civil, com o apoio de Israel, que fez vista grossa para a situação. A cena icônica do soldado partindo pra linha de fogo e desviando das balas inimigas como se estivesse numa dança enquanto atirava para vingar a memória de Bashir justifica o nome do filme, e somada a fala de um dos soldados ao longo do enredo, “Bashir era como um rei pra eles (Cristãos libaneses) e nós o coroaríamos”, representa no filme a importância da figura de Bashir para as falanges maronitas.

Ari Folman se sentiu motivado a resgatar suas memórias sobre a guerra após ser procurado por seu amigo Boaz que sonhava frequentemente com imagens de 26 cachorros ferozes invadindo as ruas da cidade, e ao ser questionado por Folman, ele se lembra disso, pois esse foi o número de cães os quais havia matado na guerra do Líbano, dado que sua função era não permitir que eles latissem e alertassem os moradores das aldeias. A partir daí Folman se sente instigado do porquê não recordar dos acontecimentos durante a guerra e parte em busca de reconstruir suas lembranças. Uma das poucas imagens em sua memória é de um momento onde sai de dentro da água com dois parceiros ao lado e vê Beirute devastada.

A maior parte do filme gira em torno da busca pela recuperação da memória sobre os acontecimentos vividos. Não à toa, o mote do filme é justamente o esquecimento de Folman e a tentativa de conciliar sua experiência rememorada, os testemunhos de conhecidos e desconhecidos que participaram do Massacre de Sabra e Chatila, que por vezes não entravam em concordância sobre os acontecimentos, e a construção de uma narrativa sobre a guerra. Esse embaraço é tratado no filme no momento em que Folman visita Ori, um amigo psicólogo, e ele diz: “A memória é dinâmica, tem vida própria. Se faltam detalhes e existem alguns pontos obscuros, a memória preenche esses espaços até que se transformem em ‘recordação’, mesmo que ela nunca tenha acontecido”. A partir disso utiliza-se a narrativa de uma possível história inventada, visto que o cérebro poderia gerar imagens involuntariamente e recriar memórias que pudessem nunca terem existido, e talvez esse tenha sido o motivo da dificuldade na busca pela rememoração, juntamente ao fato do esquecimento devido aos traumas que a participação em uma guerra pode causar.

O filme destaca a violência com que os ataques aconteceram, podemos perceber isso por meio das diversas formas de como as personagens bloqueiam suas lembranças sobre o massacre por serem traumáticas a ponto de não poderem lidar com elas. Os relatos mostram todo o caos e a morte que se instala nessas situações, e como pessoas inocentes, bem distantes dos pormenores políticos que geram a violência, são as que mais perdem. De acordo com as personagens, civis, crianças e até animais foram assassinados, ninguém foi poupado, a guerra levava consigo um rastro de sangue para onde quer que fosse. Podemos ressaltar nesse sentido, que o filme busca demonstrar uma visão humanista apontando os soldados como indivíduos, e não como partes de um coletivo violento e assassino, nos relatos somos capazes de observar que muitos deles estavam completamente despreparados, e embarcaram no conflito sem saber o que os esperava. O próprio diretor, Folman, era só um garoto quando teve que tomar parte na guerra, com 19 anos, não tinha ideia do que o esperava. A ideia do filme ser narrado a partir de relatos cria um ambiente de empatia do espectador para com as personagens.

Outro ponto importante a ser destacado é que o longa ter sido construído em formato de animação possibilitou uma liberdade maior ao diretor para apresentar e juntar uma gama de informações. Os traços fortes de HQ (história em quadrinhos) presentes na obra de Folman, atípicos em animações convencionais, ajudam a criar proximidade e identificação por meio de um desenho leve, sensível, muitas vezes quase palpável, e assim, a animação dá o tom de pesar e tragédia que talvez nem filmagens reais dessem. Toda a soma de elementos utilizados pelo autor como a subjetividade da narrativa a partir do olhar das personagens, a forma como foram desenvolvidas as imagens bem como as músicas utilizadas como trilha sonora acarreta um caráter emotivo e não apenas informativo ao filme. Como afirma Kassabian (2001), elementos emocionais, ajudam a estabelecer, em diferentes níveis, pontos de vista a respeito do assunto, atuando com o propósito de estabelecer identificação, humores ou comentários.

Deste modo, podemos concluir que a Guerra do Líbano é apresentada no filme “Valsa com Bashir” de forma humanizada e sentimentalista, dando destaque a violência e ao sofrimento que gira em torno do conflito. Vale pontuarmos ainda, que embora o filme seja uma produção israelense, não possui uma posição isenta sobre a culpa de Israel no mal causado pela guerra. O longa é muito crítico das atitudes de seu país de origem, e não se esquiva de mostrar todo o mal que ele causou no Líbano, incluindo com ênfase sua participação no massacre, responsável pelo ataque e as respectivas mortes de diversos civis refugiados. Por usar a autobiografia para narrar os fatos, o filme passa pela subjetividade do olhar das personagens, posto que o autor busca na memória coletiva relatos para confirmar suas memórias. Na última parte do longa, Folman busca entrevistar pessoas desconhecidas por ele, com as quais ele não tinha ligação sentimental, desta forma a obra passa a ter um caráter mais informativo, tendo uma maior aproximação de seu caráter documental. Portanto, ao mesmo tempo que entretém o espectador consegue abordar fatos reais de forma séria e pragmática, o filme é uma fonte rica para pesquisa historiográfica.

 

Referências

ARRAIS, César Henrique R. Valsa com Bashir: subjetividade, memória e geopolítica no documentário contemporâneo. 2012. 144 f., il. Dissertação (Mestrado em Comunicação) -Universidade de Brasília, Brasília, 2012.

KASSABIAN, Anahid. Hearing film: tracking identifications in contemporary Hollywood film music. New York/London: Routledge, 2001.

SANTIAGO JÚNIOR, Francisco das C. F. Cinema e historiografia: trajetória de um objeto historiográfico (1970- 2010). História da historiografia, Ouro Preto, n. 8, p. 151-173, 2012.

MORETTIN, E. O cinema como fonte histórica na obra de Marc Ferro. História, Questões e Debates, Curitiba, n. 20/38, p. 11-42, jan./jun. 2003.

MAALOUF, Ramez. GEOESTRATÉGICAS EM CONFRONTO NO LÍBANO EM GUERRA (1975-90). São Paulo. 2011.

GATTAZ, André. A guerra da Palestina: da criação de Israel à nova Intifada. 2ª ed. São Paulo: Usina do Livro, 2003.

 

 

8 comentários:

  1. Augusto e Letícia, parabéns pelo texto.
    Considero muito importante analisarmos as representações da história oriental a partir da própria produção oriental, uma vez que a maior parte de nosso contato brasileiro se dá a partir de películas produzidas pelo Ocidente.

    Dito isto, vocês enxergam, no filme, alguma contraposição ao estilo narrativo ocidental? Isto é repetido em outros filmes orientais?

    Obrigada,
    Nina Ingrid C Paschoal

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    1. Olá, Nina, agradecemos sua pergunta. Escolhemos esse filme não pelo simples fato de ser uma produção oriental, mas por ser dirigido por um ex-soldado participante da Guerra do Líbano. Se trata portanto de um personagem da guerra que busca resgatar suas memórias para reconstruir uma história.
      Claramente há uma grande diferença entre essa produção e as produções estadunidenses referentes ao Oriente Médio e à Ásia como um todo. Em "Valsa com Bashir" não há vertentes do heroísmo ocidental sobre o oriente, há apenas a busca da rememoração de um ex-soldado através de memórias próprias e de ex-companheiros de guerra.
      O filme premiado filme "Líbano", uma coprodução asiática e europeia também engloba assuntos referentes à Guerra do Líbano de uma forma mais inclusa na realidade dos soldados e representa bem a parte real da guerra.
      Porém, não podemos ser conclusivos à respeito da sua pergunta por não termos conhecimento de grandes produções ocidentais referentes à dita Primeira Guerra do Líbano. O que podemos notar é que até hoje, o Líbano ainda está em constante conflito e talvez isso vire um longa metragem num futuro próximo por atrair atenção internacional.

      Att, Augusto Tonelli e Letícia Leite

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  2. Augusto e Letícia, parabéns pelo trabalho.
    A descrição do contexto histórico em que ocorreram os massacres, apresentada ao início do artigo, associada a conclusão, que confirma a importância da participação de Israel na guerra como agente causador de tantas mortes, reforça nos leitores a vontade de assistir Valsa com Bashir, além de buscar em outros filmes, igualmente interessantes fontes históricas.

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    1. Olá Ana Paula, ficamos muito gratos por ter lido nosso artigo e pelo seu feedback.

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    2. Este comentário foi removido pelo autor.

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    3. Olá, Ana Paula. Obrigado pelo comentário. Como não há uma pergunta em si, só nos resta realmente reforçar a importância da análise de filmes na pesquisa histórica para traçar paralelos entre a historiografia e a forma como a História é tratada em produções audiovisuais. O filme é realmente muito bom, vale a pena ser assistido.

      Att, Augusto Tonelli e Letícia Leite

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  3. Excelente pesquisa. Valsa com Bashir é uma animação devastadora que reconstrói como e por que milhares de civis inocentes foram massacrados e aqueles com o poder de impedi-los não agiram. No final do filme, a animação dá lugar a um noticiário sobre as mortes. Estruturado como um documentário convencional com Folman visitando velhos amigos do exército e juntando as peças. De que forma esse filme pode ser trabalhado em sala de aula, e o que pode ser norteados no que concerne a História Oriental? Como interpretar o título do filme com a jornada do soldado israelense? pode nos contextualizar a cerca disto?


    Sucesso!!!


    Att.,
    Anderson Andryolly da Silva Macedo

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    1. Olá Anderson,

      O filme pode ser utilizado em sala de aula para demonstrar o contexto de guerras, visto que traz relatos de combatentes e aborda bastante um caráter psicológico da guerra. Além disso, o filme pode nortear também questões relacionadas aos conflitos entre o cristianismo e o islamismo. O título “Valsa com Bashir” é decorrente da relação que o massacre teve com a morte de Bashir Gemayel, um dos principais comandantes das Falanges. Seu assassinato desencadeou, supostamente por vingança, o massacre de Sabra e Chatila, fazendo com que as milícias invadissem estes dois campos de refugiados e massacrassem a população civil, com o apoio de Israel, que fez vista grossa para a situação. A cena icônica do soldado partindo pra linha de fogo e desviando das balas inimigas como se estivesse numa dança enquanto atirava para vingar a memória de Bashir justifica o nome do filme, e somada a fala de um dos soldados ao longo do enredo, “Bashir era como um rei pra eles (Cristãos libaneses) e nós o coroaríamos”, representa no filme a importância da figura de Bashir para as falanges maronitas. Agradecemos o seu feedback e esperamos ter sanado suas duvidas, caso contrário, estamos a disposição.

      att,
      Augusto Tonelli e Letícia Leite.

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